Relação soma mais de R$ 5 milhões e inclui contas bancárias, veículos e
imóveis
A Justiça Federal
bloqueou mais de R$ 5 milhões em bens de pessoas físicas e jurídicas
investigadas na Operação Concutare, que apura suspeitas de fraude na concessão
de licenças ambientais.
São 13 contas
bancárias, 10 veículos e 21 imóveis entre casas em condomínios, apartamentos,
vagas em garagens, terrenos e até uma pousada no Litoral Norte.
Dois dos
apartamentos são localizados em Bombinhas, Santa Catarina. Só em veículos, de
propriedade de seis suspeitos, o valor calculado é em torno de R$ 600 mil. Com
a restrição judicial, imóveis e carros não podem ser vendidos. Valores das
contas só podem ser movimentados com autorização judicial. A Polícia Federal
(PF) pediu à Justiça prazo de mais 60 dias para concluir o inquérito, mas até o
final da tarde de sexta-feira não havia obtido resposta.
Até o momento, 27
suspeitos foram indiciados. Entre os novos nomes estão empresários e servidores
da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Quanto às perícias, dos 37
processos que estavam sob análise para verificação de danos ambientais e de
irregularidades, 32 já foram concluídos. Uma delas, em área de preservação
ambiental, indicou que casas foram construídas sobre dunas.
A análise do
material apreendido durante as buscas e os depoimentos estariam fortalecendo as
suspeitas da PF sobre pagamentos de propina para facilitar a obtenção de
licenças ambientais. Um dos pontos reforçados também é o de que o Instituto Biosenso, de Berfran Rosado e Giancarlo Tusi Pinto, não
seria contratado para prestar assessoria técnica sobre questões ambientais, mas
sim para fazer lobby, supostamente facilitado pela condição de Berfran de
secretário do Meio Ambiental no governo de Yeda Crusius, tendo Giancarlo como
seu adjunto.
O inquérito já
apontava o Biosenso como principal intermediador de interesses privados — na
área ambiental — junto ao setor público, especialmente na Fepam. Um dos casos
refere-se a um empreendimento no Litoral Norte onde haveria um banhado.
Diálogos interceptados indicam que Berfran e Giancarlo atuaram junto à Fepam
para contornar a situação a fim de evitar mudanças no projeto.
A perícia deve
demonstrar qual é a real dimensão do banhado.
Contraponto
Luciano Feldens,
advogado de Berfran Rosado, preferiu não se manifestar.
Fabio
Roberto D'Avila, advogado de Giancarlo Tusi Pinto, disse que, como assumiu há
poucos dias a defesa do cliente, prefere se manifestar depois de conhecer o
teor do inquérito.
Relembre o caso
Operação da
Polícia Federal foi revelada há pouco mais de um mês
— A Operação
Concutare foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) em 29 de abril, quando 18
pessoas foram presas, incluindo os então secretários do Meio Ambiente no
Estado, Carlos Niedersberg, e em Porto Alegre, Luiz Fernando Záchia, e o
secretário do Meio Ambiente do governo Yeda Crusius, Berfran Rosado.
— As
investigações tiveram início em junho de 2012. Até agora, 102 pessoas prestaram
depoimento, 27 foram indiciados e 66 são investigados.
— No dia 29 de
abril, a PF cumpriu 28 mandados de busca em oito cidades no Estado e em
Florianópolis, apreendendo documentos, 28 computadores, seis armas e cerca de
R$ 570 mil em notas de real, dólar e euro.
— De acordo com a
PF, os crimes envolvem a concessão de licenças ambientais mediante vantagens
indevidas e tráfico de influência. Fonte: Zero Hora
Do Blog: Será que
os “figurões” que foram na inauguração da mansão na praia irão ajudar o
anfitrião a se safar dessa?