Essa nota da professora Adriane Damian, atribuindo o fracasso do ensino jurídico aos alunos do curso de direito da URI, é uma das coisas mais medíocres que eu já vi nos últimos tempos. Se a URI fosse séria, ela deveria ser responsabilizada imediatamente. Ao acusar os alunos, ela esquece-se de olhar as estatísticas da OAB sobre as piores faculdades de direito do Brasil. Ainda não temos os índices de 2010, mas as estatísticas estão no site da OAB e a URI é uma das piores do Estado e o caso de Santiago, é um dos mais vexaminosos.
O índice mais baixo em aprovação no exame da ordem, segundo a OAB, é a católica da Pelotas, com 13% apenas de aprovação. Como a URI aparece junto, FW, Erechim, Santo Angelo e Santiago, as estatísticas aparecem computados juntas as quatros e só por isso o escândalo não é maior, embora os 20% por si só já sejam ridículos.
Mas é só ver quanto foram os inscritos no exame de ordem 2009/3 em Santiago e quanto foram os aprovados. Eu aposto que o índice é abaixo da Católica da Pelotas.
Eu não ía me manifestar sobre o espinhoso assunto, visando resguardar nossa cidade, a direção da URI e os próprios estudantes. Agora, essa nota é um blefe, só aqui alguém é capaz de escamotaer a péssima formação que todos estão recebendo, acusando os alunos, esquecendo-se de quem faz os alunos são os professores.
Na faculdade de Direito da UFSM, que aprova 71% dos seus alunos inscritos no exame de ordem, (segundo a última estatística atualizada 2009/3) lá ninguém acusa os alunos. Só alguém muito imbecil não vê que tem algo muuito errado nisso. Como os mesmos estudantes de Direito, separados em linha reta a menos de 100 km, conseguem índices tão díspares no exame de ordem, onde uma faculdade aprova 71% e outra não aprova nem 10%?
Será mesmo que a culpa é dos alunos?
Culpar os alunos não é o meio mais cômodo de escamoterar os péssímos resultados verificados em Santiago?
Sinceramente, eu respeito muito e gosto muito da Professora Michele, o mesmo vale para o Professor Chico, agora que oportunismo essa manifestação ridicula da professora Adriane, essa não é posição de uma professora, ainda mais de uma coordenadora de um curso de direito.
Os acadêmicos de Direito agradecem ao Júlio Prates por essa nota.