Operação "Deus tá vendo"
Agentes da Delegacia de Polícia de
Veranópolis prenderam, na tarde dessa terça-feira (24/07), a mulher apontada
como chefe da quadrilha de pastores que aplicava o "golpe do carro
doado" para a Igreja Evangélica, que tem como prejuízo estimado para as
vítimas de cerca de R$ 1.200.000. A.R.M.P, natural do Amazonas mas que mora no
Rio de Janeiro, se apresentou na delegacia e se diz vítima dos pastores. Após
ser ouvida, ela foi recolhida ao Presídio de Nova Prata.
Entenda
o caso
Segundo o delegado Álvaro Pacheco
Becker, titular da 2ª Delegacia de Polícia de Bento Gonçalves, responsável pela
investigação que prendeu cinco pastores evangélicos ligados a Igreja Assembléia
de Deus, nessa quarta-feira (11/7), em três estados (SC,PR e RJ), os veículos
oferecidos pela quadrilha não existiam, não havendo na Receita Federal nenhum
processo de doação de automóveis para a Igreja.
A declaração foi dada hoje em uma
entrevista coletiva na Delegacia de Polícia de Veranópolis. Conforme a polícia,
a fraude rendeu aos golpistas mais de um milhão de reais. Só no município
serrano do Estado, a polícia identificou mais de 40 vítimas.
Conforme o delegado, os pastores
vendiam os veículos por preços abaixo do valor de mercado, sob a alegação de
que a Igreja Evangelica Assembleia de Deus havia recebido os mesmos de uma
doação da Receita Federal e que por isso poderiam ser vendidos por valores
menores.
Como o negócio era tentador, dezenas de
pessoas de Veranópols, e outras cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
Paraná, Rio de Janeiro e até Brasília, compraram os veículos depositando o
dinheiro correspondente aos valores cobrados em contas bancárias fornecidas
pelos acusados, só que os veículos nunca foram entregues.
Para dar crédito no negócio, uma mulher
do Rio de Janeiro, se apresentava como sendo a Dra. Andréia, a qual se dizia
Juíza de Direito ou procuradora da Receita Federal, supostamente responsável
pela entrega dos veículos, no entanto a mesma era encarregada de enganar as
vítimas, protelando a entrega dos carros adquiridos.
Só em Veranópolis foram lesadas em
torno de 40 pessoas, entre comerciantes, profissionais liberais, políticos,
funcionários públicos, entre outros, com prejuízo de aproximadamente um milhão
de reais. Como os veículos não foram entregues e o dinheiro não foi devolvido,
as vítimas passaram a registrar ocorrência policial, sendo instaurado na DP de
Veranópolis inquérito para apurar os fatos.
De acordo com o delegado, as
investigações prosseguem visando apurar a participação de outras pessoas no
golpe e a prisão da mulher que se apresentava como juíza, que não foi
localizada.