sábado, 26 de junho de 2010

Delegado Gerri Adriani diz que querem afastá-lo de São Borja




Delegado de Polícia Gerri Adriani Mendes denunciou um complô do crime organizado para desestabilizar a repressão à criminalidade na cidade de São Borja... Gerri disse que já faz muito tempo que vem sendo pressionado a sair de São Borja ou para deixar de reprimir o crime na cidade, bem como deixar de combater os desvios internos das delegacias da cidade. Ele também relatou outras pressões, como ameaças a sua vida e de seus familiares.
Ele explicou que o complô foi orquestrado por um funcionário afastado da Polícia Civil local suspeito de tortura e ligação com o crime organizado.
Conforme informações do próprio
delegado, este servidor tentou ‘fabricar’ uma reportagem em uma emissora de TV da capital do Estado com o objetivo de afastá-lo do comando da Polícia Civil de São Borja e atingir outras instituições de repressão ao crime. A falsa denúncia consistiria em veicular uma reportagem do uso ilegal de um automóvel Stilo apreendido por clonagem, bem como criticar a contribuição espontânea de uma taxa recolhida aos órgãos, como o (GAP)Grupo de Apoio da Polícia Civil.
O delegado esclarece que o automóvel, que foi apreendido durante uma operação em conjunto com a Brigada Militar, Polícia Civil e Polícia Federal, foi cedido pela Justiça local para o uso da Polícia Civil. Ele informou que o veículo, por solicitação dele próprio, recentemente foi submetido a uma perícia, mas o laudo não confirmou a numeração correta. Diante disto e da denúncia de que havia um esquema mediante pagamento de propina pelas seguradoras para se forçar a identificação de veículos furtados ou roubados, o delegado resolveu não devolver o veículo e apurar o suposto esquema de propina entre os depósitos de veículos, seguradoras e agentes públicos.
O outro foco da denúncia seriam as taxas espontâneas de contribuição ao GPAC, que já são de conhecimento da comunidade, dando a entender que elas seriam ilegais e obrigatórias. Para isso, o repórter, munido de uma câmara escondida, foi até a Central de Polícia Judiciária e falou com uma estagiária, que não soube esclarecer direito os critérios da cobrança. O delegado afirma que as cobranças são legais desde que sejam espontâneas. “O fato de uma explicação equivocada de um estagiária não modifica este caráter”, explicou. Inclusive, ele cita que estas contribuições já foram reguladas por documentos internos pela Secretaria de Segurança Pública e pela Polícia Civil e não seriam proibidas, desde que esclarecido o caráter espontâneo.
Para o delegado, com a sua transferência, este funcionário poderia retornar a São Borja, bem alguns outros servidores que estão descontentes com a imposição de regras às suas condutas funcionais ficariam totalmente livres para fazerem o que bem entendem, como ocorria antes de sua chegada, segundo lhe foi informado quando tomou posse.
O delegado afirma ainda que não se deixará abater pelo complô e continuará, juntamente com a sua equipe de policiais, a repressão ao crime. Ele entende que ‘sua transferência será uma derrota para as pessoas de bem e um triunfo do mal e da criminalidade’.