Durante visita ao Rio Grande do Sul nesta quarta-feira (13), o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, mostrou irritação com uma pergunta sobre o engenheiro Paulo Vieira de Souza, ex-diretor de engenharia da Dersa que, segundo reportagem da revista Isto É, teria desviado dinheiro da campanha tucana. Serra afirmou que “escolhe boas equipes”. Em debate no último domingo (10), Dilma Rousseff (PT) citou a reportagem para atacar o adversário.
Em tumultuada entrevista coletiva, Serra evitou falar sobre sua relação com Paulo Souza e sobre o suposto sumiço de R$ 4 milhões da campanha do PSDB. O ex-governador paulista encerrou a entrevista repentinamente. Depois, quando perguntado diretamente sobre o assunto por um repórter do Valor Econômico, disse: “Isto é pauta petista”.
O tucano fez a declaração em Porto Alegre, onde desembarcou no início da tarde para receber o apoio de vereadores, deputados e lideranças de sete partidos que integram o comitê suprapartidário que concentra as ações da campanha no Estado.
Recebido por militantes e lideranças do PP, PMDB, PPS, PSDB, PHS, DEM e PTB, Serra discursou após ouvir palavras de apoio do deputado federal Ibsen Pinheiro (PMDB). Ibsen disse que Serra não tem o “dedo podre” para indicações políticas. Logo depois, o tucano concordou com o parlamentar. “Devo dizer, modéstia à parte, que o Ibsen disse uma coisa verdadeira a meu respeito. Eu escolho boas equipes. Tenho um dedo bom para escolher”, afirmou.
O tucano também disse que sempre teve certeza de que chegaria ao segundo turno e aproveitou para fazer outra crítica. “Provavelmente nunca houve [uma campanha assim] na história do Brasil. É uma ironia que o PT, que era o partido da moralidade, da austeridade etc., tenha se transformado no seu oposto nessa matéria, entre outras, de comportamento eleitoral”, afirmou, classificando a campanha de Dilma de “avassaladora”.
No discurso, Serra também afirmou que a eleição do petista Tarso Genro no primeiro turno não deve influenciar no tratamento ao Estado caso seja eleito. Segundo Serra, a oposição é importante para melhorar a Democracia. “Nós governamos para as pessoas, e não para a carteirinha partidária, como eles fazem”, disse.
“Eu vejo oposição como adversário, e não como inimigo. Vou tratar todos os Estados da mesma maneira independentemente da filiação partidária do governador, dos seus senadores ou de seus deputados. Eu vou ser presidente de todo o Brasil, um governo de união. Sem qualquer tipo de discriminação de natureza político-partidária. O meu governo vai ser para todos, não vai ser para servir um partido ou para servir uma turma”, concluiu.